“Volto a afirmar: o PSL-Jaú será protagonista nas eleições deste ano”, garante o presidente Atílio Gasparotto. “Nosso projeto é lançar candidato a prefeito, bem como a chapa completa de vereadores”, afirma o vice-presidente, Franque Oliveira.
O Partido Social Liberal (PSL) viveu uma verdadeira quebra de braço nos últimos cinco meses. E o troca-troca de lideranças em nível nacional e estadual também repercutiu nos diretórios municipais. Em Jaú, de uma hora para a outra, o então presidente Atílio Durval Gasparotto, que comandava o partido mesmo antes da eleição de Jair Bolsonaro, foi destituído e em seu lugar assumiu o empresário Ivan Cassaro, com as bênçãos do deputado federal Eduardo Bolsonaro. Mas apenas o nome do empresário ficou constando na certidão de composição (nominata) publicada no site do TSE, com vigência de 11 de setembro/2019 a 11 de abril de 2021, com caráter provisório, sem aprovação ou divulgação dos demais membros da comissão provisória municipal. Com a saída de Eduardo da Executiva Estadual, foi questão de tempo para que a situação do partido em Jaú retornasse à normalidade.
“Volto a afirmar: o PSL-Jaú será protagonista nas eleições deste ano”, garante o presidente Atílio Gasparotto. De acordo com ele, a Executiva Municipal está se movimentando para ter “nomes próprios e fortes para a Prefeitura e Câmara de Vereadores deste ano” e descarta “qualquer aproximação com grupo do prefeito Rafael Agostini”.
Confira, também, a entrevista exclusiva ao jornal Folha UM, concedida pelo vice-presidente do PSL-Jaú, Franque Oliveira.
FOLHA UM: Como está a situação do PSL-Jaú hoje?
FRANQUE: “O nosso grupo trabalhou nos últimos quatro anos para o crescimento do partido em Jaú, antes mesmo das eleições de 2018, quando se deu a “Era Bolsonaro”. E, é claro, nosso presidente foi uma conquista importante para este país, além do que, até então, pertencíamos a um partido considerado ‘nanico’.”
“Desde 2016, sou vice-presidente da Executiva Municipal, que tem o comando do Atílio [Durval Gasparotto], e nosso grupo vem trabalhando para estruturar, cada vez mais, o PSL Jaú, tendo em vista que, ao assumirmos, encontramos um partido esfacelado, com inúmeras pendências jurídicas e financeiras deixadas pelos presidentes anteriores junto aos órgãos competentes, como a Justiça Federal e Eleitoral e a Receita Federal. Além de resolver todas essas questões e deixar o partido apto na cidade, também continuamos o trabalho de filiação partidária, sendo que o PSL de Jaú hoje, segundo dados publicados no site do TSE, conta com 220 filiados, e esse número ainda crescerá até as próximas eleições”.
FOLHA UM: Mas após todo esse crescimento, o PSL, em diversas cidades, sofreu inúmeros assédios e tentativas de ‘tomada’ do partido. E em Jaú parece não ter sido diferente…
FRANQUE: “Em nível nacional, graças ao nosso presidente Jair Bolsonaro e a todos que colaboram com esse projeto, o PSL, hoje, é o maior partido conservador e de direita do Brasil. Assim sendo, foi natural que ‘os olhos’ de alguns políticos crescessem, lideranças até de outras legendas, que passaram a assediar o partido em diversas cidades de diversos estados do país. O PSL de Jaú teve sua executiva destituída inadvertidamente no ano passado, sem qualquer análise do trabalho desenvolvido por nós e, depois, ficou cinco meses sob o comando de Ivan Cassaro, por conta do relacionamento dele com o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro. Mas a Executiva sob o comando do Atílio foi restabelecida por meritocracia, histórico de trabalho, o que já esperávamos desde março, após a recondução do nosso deputado federal Junior Bozzella à frente da Executiva Estadual do PSL-SP, sendo que o deputado também é segundo vice-presidente da Executiva Nacional”.
FOLHA UM: E agora, como fica a situação do Ivan Cassaro junto ao PSL-Jaú?
FRANQUE: “O projeto do PSL-Jaú para as eleições municipais deste ano é lançar candidato a prefeito de Jaú, bem como a chapa completa de vereadores. Para isso, estamos conversando com possíveis nomes, e pretendemos ter essa definição no início do mês de março. O nome do Ivan [Cassaro] não está descartado ao diálogo, pois pretendemos conversar com todos os partidos de direita do município, que se alinhem aos princípios do PSL”.
FOLHA UM: E quanto a um possível candidato do prefeito Rafael Agostini?
FRANQUE: “Está claro que a atual administração municipal é basicamente de esquerda. O Rafael foi eleito pelo PT e reeleito pelo PSB, e não se alinha à ideologia conservadora e de direita do PSL. Nossos princípios têm como base o conservadorismo, combate à corrupção, fim de favorecimentos dentro da coisa pública, administração voltada ao cidadão e não a minorias, bem como incentivo ao desenvolvimento econômico e cultural. Enfim, conservador nos costumes e liberal na economia. E esses princípios estão bem distantes da esquerda e, consequentemente, do Governo Rafael Agostini. Há determinação expressa da Executiva Estadual do PSL, inclusive, proibindo qualquer coligação com a esquerda, o que plenamente estamos de acordo”.
FOLHA UM: Dos deputados estaduais de Jaú nas eleições de 2018, o Dr. Paulo de Tarso, então PHS, foi o mais votado e com discurso alinhado à ala conservadora. Há interesse por parte do PSL que ele concorra à majoritária pelo partido?
FRANQUE: “Sem dúvida. Há essa possibilidade, sim. Ainda não há qualquer definição, mas é um nome a ser considerado e respeitado, pois os ideais dele se coadunam aos ideais do PSL em Jaú”.
FOLHA UM: E o Ronaldo Formigão, que foi candidato do PSL a deputado estadual? Qual o espaço que ele tem dentro do partido, até mesmo para se lançar à majoritária?
FRANQUE: “O Ronaldo Formigão é, também, um nome forte dentro do partido e, assim como outros possíveis candidatos, tem seu nome avaliado dentro do PSL para concorrer para prefeito, vice ou vereador. Como disse, ainda não temos definições”.
FOLHA UM: Mas uma possível coligação com outros partidos e/ou apoio a candidatos de outras legendas também não estão descartados…
FRANQUE: “Também existem essas possibilidades, desde que o postulante tenha o perfil do partido, frisando que o PSL municipal é hoje uma democracia, é aberto ao diálogo e receptivo, inclusive, a novas alianças que queiram ingressar no meio político”.
FOLHA UM: Quanto ao PSDB, pode surgir uma coligação?
FRANQUE: “O PSDB é um partido de posicionamento mais de Centro, não exatamente de Direita, mas com bons nomes em seus quadros. Estamos conversando e não descartamos uma possível coligação”.
FOLHA UM: Na eleição proporcional, o PSL conseguirá lançar chapa completa de vereadores?
FRANQUE: “Sim. Trabalhamos desde o ano passado para isso. Já nos reunimos com vários líderes comunitários com pretensões políticas, empresários e profissionais liberais, e hoje, já temos 90% do quadro de vereadores fechado. O PSL vem com chapa completa com excelentes nomes a vereador nas eleições de outubro, pode ter certeza!”.
FOLHA UM: Ainda que eleito pelo PSL, a saída do presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido, não enfraquece o projeto?
FRANQUE: “Não. Acredito que não. Na eleição do nosso presidente foram dadas, pelo PSL, toda a segurança e a viabilidade para a sua candidatura vitoriosa. O fato de ele ter saído do partido não quer dizer que os ideais do PSL tenham saído dele, pois Bolsonaro tem os ideais que o PSL congrega. Tanto é verdade que o PSL é o maior apoio que o presidente tem para sustentar sua governabilidade e aprovar os programas de que o Brasil precisa para avançar”.
FOLHA UM: O que o PSL-Jaú pode fazer, em nível estadual e nacional, em benefício deste Município?
FRANQUE: “O nosso presidente estadual, Junior Bozzella, tem bom trânsito nessas duas esferas e tem feito importantes ações em prol de muitas cidades do Estado, e com Jaú não será diferente, quando o PSL municipal estiver no Governo”.